segunda-feira, outubro 13, 2008

Vaga-Lumes

*Para RSS
Eu
que quase nunca a vejo
não deveria deitar palavras
de conselho.
Não deveria escrever nada,
tampouco,
elogiar os olhos dela
que puseram um raro azul
na minha rosa amarela.
Até tua confusão
é bela.
O seu desconhecer
sobre os caminhos espinhosos
do amor, da vida, da solidão
é também o meu desconhecer.
Um anjo de toda luz radiante
não deveria provar do sofrimento.
Mas não és boneca,
não tens o sorriso
emoldurado em porcelana.
Ainda prefiro que sejas feliz:
teu sorriso é fonte fresca.
Quando sorris
quase me esqueço
de toda a tristeza.
Quando sorris empalidece
a beleza
que não a tua.
Acentua
a tua luz
que não há outra igual.
Nem parecida.
Se eu fosse alguém
eu deitaria a luz do céu
os faróis
e os postes.
As algas luminosas,
os letreiros,
todo o fogo e toda luz.
Nesse negrume
só haveria os olhos teus
e os vaga-lumes.

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