sexta-feira, novembro 28, 2008

Lira

Minha voz ecoa
onde pássaro algum voa
num recôndito profundo
o silêncio povoa.

Meu canto-silêncio diz
o que minha voz embarga
e renova tanto tanto
um encanto, e no entanto,

não há paz nesse cantar
por querer um artifício
é que canto tão somente
pra buscar um armistício

nessa guerra, que megera
leva sempre minha paz
e por querer alguém capaz
de me querer e a nada mais

é que canto descontente
e a despeito de cantar
não encontro um só eco
que alivie este penar

e tão triste seguindo
sob o manto negro
da noite cálida
até que me calo