segunda-feira, outubro 13, 2008

Dialética Maldita

Não sei se é cansaço ou solidão
a nódoa em meu travesseiro.
Quando me deito
sempre sinto os fantasmas
daqueles que não amei.
De todos que se foram
os rostos desbotados
nos salões da memória.
Os eternos "e se"?
As natimortas possibilidades
de ser feliz.
Aqueles que eu esqueci
também me assombram
seus rostos, seus nomes,
suas vidas.
Aqueles que me traíram
aqueles que eu enganei.
Todos estão aqui.
Pedindo perdão.
Pedindo arrependimento.
Nada volta
dialética maldita do tempo.
Quase nada chama
em mim arrependimento.
Eu só me lamento
e sempre lamentarei
o beijo que não te dei
ontem.

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