segunda-feira, outubro 13, 2008

Grito

Eu quero gritar
a minha perda.
Tê-la espalhada
nos recantos do mundo,
nos quadros-negros das escolas,
nas avenidas, mansões.
Praias e desertos
se encherão com meu alarde.
E nos largos das ruas
e nas mesas dos bares
nos bordéis,
ônibus de viajantes
distantes de casa,
nas praças interioranas
afixaraão-se cartazes.
Nas notas de troco,
talões de cheque,
bilhetes de cinema,
maços de cigarro,
haverá uma mensagem.
Que a minha tristeza
caia com a noite
envolvendo o mundo
nesta mortalha de pesar.
Que a minha dor
fulgure com o Sol
gerando flores
e animais pestilentos.
Que o sal dos meus olhos
sature toda a água,
todo o chá, todaa carne
e a pele de todas as amadas.
Nas calçadas
de aglutinadas multidões
nas casas todas
todos saberão
que te perdi.

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