terça-feira, outubro 14, 2008

Mnemosène

*Para minha amiga Michelle
A vida passa.
O mundo gira.
Tudo muda.
Pouco fica.
Da história que tivemos
tudo escrito
a ferro e fogo
na breve memória.
Mas o tempo
algoz faminto
e o esquecimento.
Tanto que já pressinto
o rio dos anos escoando:
como ampulheta,
areia fina entre meus dedos.
Ainda assim não foi levado
o que me restou de ti:
teu sorriso indelével.
Tua voz ecoa
ainda quando escoa
o lago das eras.
Caminhos bifurcados,
e o tanto que se perdeu.
Naquelas manhãs frescas
de minha juventude:
todo o companheirismo,
meu jeito estranho,
meu amor platônico!!!
As rosas dos teus
dezessete anos; cartões.
Rosas essas que foram botões
desabrochando apenas
para aquele momento:
esquecidas no tempo.
Outros Outubros vieram.
Outros muitos virão.
Sinto tua falta, amiga,
como os velhos sentem
saudades da infância
(hoje eu sou um velho)
a estranha ânsia
de voltar a história.
A tua fé,
a tua força,
é o melhor que tens.
E esse teu coração lindo,
que não conheça a amargura.
Os teus sonhos,
os teus medos,
teus anseios,
não mais os conheço.
O que não esqueço
é que és um anjo
linda de uma maneira
que outros não podem ser.
De mim não quero que lembres
quase nada,
já sabes o que sou.
Se posso, se permites,
peço tão somente,
que na tua solidão,
me inclua em tuas preces.
Quando é um anjo que pede
o céu se compadece.

Um comentário:

Unknown disse...

Leandro!!!
Ja sabia q vc tinha um dom...o dom de misturar palavras e transforma-las em poesias q de uma maneira tão sutil mexem com a gente...mas saiba...vc me surpreende a cada novo verso q leio...meu Deus...o q dizer dessa q vc fez pra mim??? estou até agora sem palavras...vc é um artista e tenho um imenso orgulho de ser sua amiga...de verdade...Brigada de coração querido!!!!
Bjusssssss