segunda-feira, abril 07, 2008

Candelabro

Eu construí uma ponte sobre o tempo
Visitei a sala da memória
E exumei o sepulcro do passado
Mas o cadáver não era belo.

Detrás da porta do esquecimento
Trancado por sete mil chaves
Velado por aurora afogueadas
Achei teu fantasma faminto.

Encontrei candelabros tristes
E poeira de sonhos no abandono
Fotografias desbotadas de risos
E lágrimas novas de chuva.

Ali na casa sem número
Na alameda da solidão e saudade
No alto da montanha remota
eu me perdi e te encontrei.

E de tanta dor e tanto peso
Encerrei nessa laje o lamento
Entre te lembrar e estar preso
Eu escolhi o esquecimento.

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