sábado, dezembro 02, 2006

Saudades

Saudades de ti me despe no frio a mente,
e assim desnuda ela sonha nosso momento.
Saudades de ti me corta a solitária alma,
e assim ferida só se cura no teu acalento.
Me fazes tão bem! Pássaro de luz que pousa
nos frágeis galhos da árvore de minha vida.
O que me torna mais forte, tão mais forte,
é o meu querer; essa vontade tão vívida.
E ao mesmo tempo me fazes tão fraco!
Desaparece no teu sorriso minha força e violência;
com tua suavidade não pode a tristeza,
não há mentira, nem dor, nem malevolência.
Minha suave, bela e terna estrela d'alva;
minha suave, bela e eterna luz d'aurora;
oh doce e suave embalo d'eterno amanhecer
por ti as trevas se partem e vão-se embora.
Doce criança do olher sincero e sublime, és
inefável quimera da essência de meu sonhar.
Oh mais bela das ninfas dos rios todos do mundo:
bálsamo das feridas que alivia meu prantear.
Teu é o encanto: deusa de todo o encanto!
Ainda que o empreste às lendas das sereias,
ainda que o conceda às mais lindas princesas,
mesmo que o espelhe no céu noturnas candeias.
Tua é a luz: anjo de toda a divina luz!
Em mim o que é meu não mais concebo,
se até esse sopro de vida a ti entrego,
em troca da radiante luz que de ti recebo.
Que teu perfume em mim repouse eternamente,
frescor que faz de inveja morrerem as flores...
Sou vassalo de ti, augusta princesa,
cujo nome é o desbotar desencantado das cores.

Um comentário:

Anônimo disse...

linduuuu....