quarta-feira, dezembro 06, 2006

Boca e Cabelo

Me perco, me desvaneço, me procuro.
e só me encontro em ti.
Tua boca e cabelo, labirintos sinuosos
de minha alma feita refém,
teu prisioneiro por vontade,
teu vassalo por escolha.

És meu prazer e minha dor.
Meu mais honesto segredo,
minha coragem e força:
já não temo meu medo,
nada temo agora.
Navego pelo jardim edênico,
tua boca e cabelo.

Mar descortinado diante de mim,
e minha pequenez é tamanha
que desapareço longe de ti.
Amigos me desconhecem: eu mesmo
me desconheço, porque choro.
e é um choro de menino, de alegria,
choro de saudades.
Já não caibo em mim,
esse sentimento desmesurado.

Vagante perdido, tento fingir, em vão,
que não sei o que busco.
Mas no frio da madrugada sutil,
quando estou só eu comigo mesmo,
eu confesso a mim:
e é a ti que procuro
em cada esquina dobrada,
nesse meu olhar perdido.

Velhos conhecidos me desconhecem.
É que estou cortado
na navalha do fio de teus cabelos.
Velhos amigos me indagam,
mas minhas palavras
perderam-se boca tua adentro.
Boca e cabelo, mõs.
Cabelo e boca, sôfrego aperto.
Nada mais posso desejar.

Felix - do céu ao Inferno e novamente ao céu em 24 horas.

"Lifting shadows of a dream once broken
She can turn a drop of water into an ocean."

Um comentário:

Anônimo disse...

so beautiful too!!!